O período pós-parto pode durar de seis semanas até seis meses. Durante esse período, o corpo da mulher sofre uma série de alterações. Confira o guia para sua recuperação pós-parto: primeira e segunda semana, e saiba os principais sintomas que surgem após o nascimento do bebê e como atenuar eventuais desconfortos que surgirem.
Guia para sua recuperação no pós-parto
Primeira semana pós-parto normal
Dor perineal
Na primeira semana após o parto, é comum que a mulher sinta dor no períneo, também chamado de assoalho pélvico, que consiste na musculatura que serve de base para sustentar o quadril.
Durante o parto normal, o bebê passa pelo períneo. Por isso é comum sentir dor nessa região, mas, além disso, vale destacar que todo o peso do bebê, do líquido amniótico e da placenta são sustentados por essa mesma musculatura.
Para aliviar essa dor, você pode utilizar compressas de água gelada com um tecido bem macio e/ou fazer uso de medicamentos, que aliviam o desconforto, prescritos por seu ginecologista. Caso você sinta algum incômodo na hora de se sentar, use almofadas antiescaras, tendo em vista que elas aliviam a pressão no períneo.
Sangramento
Após o parto, o útero começa a expulsar gradualmente vestígios de sangue e placenta. Sendo assim, recomenda-se utilizar absorventes logo após dar à luz e até que o sangramento cesse. Como o sangramento é mais intenso no início, você pode optar por usar absorventes noturnos.
Lembre-se de trocar os absorventes com frequência e, caso identifique um odor diferente do normal, procure o ginecologista para uma avaliação. Vale destacar, ainda, que não se deve usar absorventes internos nesse período, pois eles podem levar micro-organismos para o canal vaginal.
Contrações ao amamentar
A contração uterina indica que o útero está voltando ao seu tamanho normal. Esse processo se inicia logo após o parto e pode durar cerca de 10 dias. As contrações costumam ser mais intensas durante a amamentação, uma vez que o ato de dar o peito para o bebê mamar faz com que seja liberada ocitocina no organismo da mulher, a qual estimula as contrações uterinas.
Portanto, não se preocupe com esse tipo de sintoma, pois ele é esperado e indica que seu útero está voltando ao normal.
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Primeira semana pós-cesárea
Dor abdominal
É muito comum mulheres apresentarem dor abdominal após a cesariana, visto que se trata de uma cirurgia, na qual ocorre a incisão em diferentes camadas de pele, gordura, músculos e também inervações, que devem ser suturadas posteriormente uma a uma.
Para aliviar a dor, o médico vai prescrever uma medicação adequada que não interfira no leite materno.
Dificuldade de movimentação
Como a cesariana requer aplicação prévia de anestesia, logo após o parto, a mulher ainda não consegue sentir seu corpo do abdômen para baixo durante, aproximadamente, seis horas.
Após o efeito da anestesia passar, a mulher pode sentir desconforto ao caminhar por temer que as suturas se rompam. Para evitar essa sensação, recomenda-se utilizar uma cinta abdominal.
Sangramento
Assim como no parto normal, as mulheres que têm parto por cesariana também apresentam sangramento após o parto, visto que, conforme o útero volta ao seu tamanho original, são expelidos sangue, muco e restos de tecido do útero que ficaram retidos nessa região após o parto.
Nesse caso também recomenda-se fazer uso de absorventes noturnos no início, quando o fluxo é mais intenso, e depois substituí-los por absorventes menores. Os absorventes devem ser trocados com frequência e aqui vale a mesma observação já destacada sobre o uso de absorventes internos. Caso você identifique um odor diferente, procure o médico.
Segunda semana pós-parto
Diminuição do sangramento
O esperado é que o sangramento pós-parto cesse em até seis semanas aproximadamente. Conforme o tempo for passando, o fluxo se torna menos intenso e o sangue, que antes apresentava uma tonalidade vermelho-escuro e era denso – podendo conter até mesmo coágulos –, torna-se mais claro e menos denso.
É importante verificar a tonalidade e o fluxo do sangramento, pois se ele ficar vermelho vivo, é preciso procurar o ginecologista, porque há indícios de que não se trata do sangramento pós-parto, mas sim de alguma complicação que deve ser investigada.
Coceira vaginal
Na segunda semana pós-parto, é comum que as mulheres sintam uma coceira na vagina. Esse sintoma é consequência do processo de cicatrização das lacerações causadas durante a passagem do bebê pelo canal vaginal.
Desse modo, você não precisa se preocupar com essa coceira, pois não se trata de uma infecção.
Mamilos doloridos
Na segunda semana após o parto, é comum que a mulher sinta os seios doloridos. Isso ocorre em razão da apojadura, isto é, descida do leite, a qual deixa os seios mais sensíveis, inchados, quentes e doloridos.
Esses sintomas são normais e esperados. Para aliviá-los, recomenda-se dar o peito com mais frequência ao bebê. Se você estiver produzindo muito leite, pode optar por fazer uma massagem nos seios após amamentar e drenar o restante do leite manualmente.
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Segunda semana pós-cesárea
Diminuição da dor na cicatriz
Na segunda semana após a cesárea, já é possível perceber que a dor no local onde ocorreu a incisão começa a diminuir.
Diminuição do sangramento
Assim como no parto normal, espera-se que o sangramento vaginal cesse em cerca de seis semanas e, conforme o tempo for passando, o fluxo se torne menos intenso e o sangue menos denso e mais claro.
Nesse caso também é importante que a mulher verifique esses fatores, pois se o fluxo não diminuir e o sangramento obter uma tonalidade vermelho vivo, isso indica que não se trata do sangramento pós-parto, mas de uma complicação que deve ser analisada pelo médico e tratada.
Consegue se movimentar
Como a cesárea se trata de uma cirurgia, é comum a mulher sentir dor e desconforto ao se movimentar após o parto. No entanto, a partir da segunda semana, esses sintomas devem desaparecer.
Mamilos doloridos ou com fissuras
Assim que a mãe começa a amamentar o bebê, pode ocorrer dos seios ficarem doloridos ou apresentarem fissuras. A dor pode ser decorrente da apojadura e pode ser aliviada amamentando mais frequentemente o bebê.
Caso você esteja produzindo muito leite, é indicado massagear os seios e drenar o leite remanescente manualmente.
Quanto às fissuras, seu bebê provavelmente não está realizando a pega corretamente. Nesse caso, procure alguém com mais experiência ou até mesmo uma consultoria de amamentação para corrigir esse problema.
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