Durante a gravidez, ocorrem intensas modificações no corpo materno, desencadeadas em grande parte por alterações hormonais. À medida que a gestação progride, a ação hormonal em tecidos conjuntivos, associado ao útero em crescimento faz com que os músculos do abdômen se estiquem. Isso faz com que as duas grandes faixas paralelas de músculos que se encontram no meio do abdômen se separem por uma distância anormal, sendo esta afecção mais conhecida como diástase do reto abdominal.
Assim, se sua barriga ainda parece grávida mesmo após meses do parto, a diástase abdominal pode ser a culpada! Por isso, continue a leitura desse post e conheça quais são os sintomas, o tratamento e a prevenção dessa incômoda alteração da gravidez.
O que é diástase abdominal gestacional
A diástase abdominal gestacional corresponde ao afastamento anormal do tecido conjuntivo (chamado de linha alba) e dos músculos abdominais durante o período da gravidez. E devido a esse estiramento anormal, após o parto esse músculo pode perder sua elasticidade e, portanto, sua capacidade de retrair de volta à posição antes da gravidez. Esse músculo abdominal é chamado de reto abdominal, mais popularmente conhecido como “tanquinho”.
Esse alongamento do músculo é ocasionado pelo crescimento do útero para melhor abrigar o bebê. Nesse sentido, a diástase é um fenômeno esperado em qualquer gestação, desde que esse afastamento atinja no máximo 3 cm até o nascimento do neném, sendo perceptível em torno de vinte semanas.
Quando o reto abdominal apresenta afastamento de 3 cm logo no início do período gestacional, ou seja, antes de vinte semanas, isso significa que a distância entre os dois feixes de músculo será superior a 3 cm até o final da gestação, podendo atingir 10 cm.
A diástase é perceptível visualmente, afetando a estética do corpo, mas o que muitas pessoas não sabem é que a diástase gestacional acima de 3 cm pode desencadear outros problemas, incluindo hérnia de disco.
Dessa forma, é importante que quem deseja ser mãe ou já foi mãe se informe sobre o assunto, pois é possível prevenir esse problema e até mesmo solucioná-lo mesmo após seu aparecimento.
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Fatores de risco associados à diástase gestacional
Como a diástase abdominal está relacionada com o afastamento dos tecidos e músculos abdominais, fatores como gravidez múltipla, constantes gestações, aumento excessivo de peso e idade da mãe podem contribuir com a separação excessiva dos dois feixes do reto abdominal.
Nos três primeiros casos, a diástase ocorre pelo aumento do abdômen, já no último, ocorre pelo processo natural de envelhecimento, o qual nos leva a perder colágeno ao longo do tempo e, consequentemente, deixa nossa pele mais flácida.
Além disso, mulheres com história pregressa de diástase, com história de hérnia umbilical ou ventral e instabilidade pélvica têm maior risco de desenvolver essa condição.
Prevalência de diástase abdominal gestacional
De acordo com uma pesquisa realizada no Hospital Universitário de Akershus (Ahus), Noruega, a prevalência de diástase gestacional foi de 33,1%, 60,0%, 45,4% e 32,6% na 21ª semana de gestação, 6 semanas, 6 meses e 12 meses após o parto, respectivamente.
O estudo contou com a participação de 300 norueguesas grávidas pela primeira vez, as quais foram acompanhadas desde o início da gravidez até 12 meses após o parto.
Causas de diástase
Como você deve ter percebido, a diástase é ocasionada pelo afastamento excessivo entre os dois feixes de músculo que compõem o reto abdominal. Desse modo, não apenas mulheres grávidas podem desenvolver esse problema, como também pessoas obesas e idosos de qualquer gênero.
Sintomas de diástase
A diástase do reto abdominal pode causar uma protuberância no meio do abdômen, onde os dois músculos se separam. A condição pode ser perceptível apenas quando os músculos abdominais estão tensos, como quando você passa da posição deitada para a posição sentada.
Como o músculo abdominal é responsável por sustentar determinadas partes do corpo, como a região pélvica e o tronco, seu estiramento e também seu enfraquecimento podem ocasionar incontinência urinária, bexiga caída, desconforto ou dor durante a relação sexual, alteração do equilíbrio corporal, má postura e dores nas costas.
A diástase abdominal pode ser observada com um simples teste:
- Deite-se sobre uma superfície plana, de costas, com os joelhos dobrados e os pés no chão;
- Coloque uma das mãos na barriga, com os dedos na linha média do umbigo;
- Pressione as pontas dos dedos suavemente para baixo;
- Traga a cabeça para cima (os ombros ficam no chão);
- Sinta as laterais dos músculos retos do abdome e veja se e a que distância estão separados.
A separação é comumente medida em termos de largura dos dedos – por exemplo, separação de dois ou mais dedos.
Tratamento no pós-parto
Como a distensão excessiva causa a flacidez dos músculos, uma forma de tratar a diástase abdominal é realizando exercícios que fortaleçam a musculatura da região, como o pilates e a fisioterapia.
Caso essas duas práticas não apresentem resultados satisfatórios, e se a fraqueza dos músculos abdominais associada à diástase do reto estiver interferindo em suas atividades diárias, a cirurgia pode ser recomendada para reparar a separação muscular. Ou ainda, se você está incomodada com a protuberância em seu abdômen, você também pode considerar a cirurgia por razões estéticas.
Complicações de diástase gestacional
Como o reto abdominal é responsável por auxiliar no sustento do corpo, seu mau funcionamento acarreta em uma maior sobrecarga da coluna e da região lombar, podendo resultar em uma hérnia de disco.
Prevenção de diástase gestacional
Como as pessoas com a pele mais flácida e peso em excesso estão mais propensas a desenvolver diástase gestacional, o indicado é manter uma alimentação equilibrada e realizar exercícios que fortaleçam o abdômen.
Se você tiver o hábito de se alimentar de forma saudável e praticar exercícios físicos periodicamente mesmo antes da gestação, o seu corpo já terá uma boa resistência durante esse período.
Durante a gravidez, não faça exercícios físicos intensos e aposte no pilates ou fisioterapia para manter a boa forma. E fortalecer seu abdômen pode ajudar a evitar que os músculos se separem. Como?
Durante a gravidez, sempre use a manobra do rolo ao sair da cama, do sofá ou do chão. Isso significa rolar para o lado com o tronco e a cabeça alinhados e, em seguida, usar os braços para ajudar a se levantar até a posição sentada.
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Concluindo…
Como você pôde observar, a diástase gestacional é um fenômeno esperado durante a gravidez, no entanto pode se tornar um problema, caso você apresente fatores de risco, como gravidez múltipla, constantes gestações, excesso de peso e flacidez causada pelo avanço da idade.
Esses aspectos são considerados fatores de risco, uma vez que o indivíduo já estará com o reto abdominal distendido e/ou flácido, e a gravidez irá comprometer ainda mais a musculatura abdominal.
Além de deixar a barriga mais flácida, o que é um problema estético conhecido por nós mulheres, a diástase também pode ocasionar outros problemas de saúde, podendo contribuir para o desenvolvimento de complicações mais sérias, como hérnia de disco, resultante do desgaste sofrido pela região lombar que não dispõe do reto abdominal fortalecido para auxiliar no sustento do corpo.
Mesmo você que já possui diástase, há formas de solucionar esse problema, seja a partir de pilates, fisioterapia ou cirurgia.
Independente da alternativa que você escolher, consulte um profissional especializado para orientá-la adequadamente e assegurar que a sua gravidez seja tranquila antes e após a chegada do bebê.
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