A introdução alimentar é uma questão de suma importância, porque é por meio de um acompanhamento dos pais que a criança irá consumir alimentos ricos em nutrientes que possibilitam o desenvolvimento infantil. O estímulo a uma vida saudável deve ser feito desde os primeiros anos de vida, então vamos descomplicar esse processo? Leia o post até o final e descubra quais são os 10 alimentos que não podem faltar na introdução alimentar do seu bebê e quais alimentos não devem ser oferecidos até o primeiro ano de vida.
Boa leitura!
Primeiros alimentos devem ser introduzidos de 6 a 12 meses
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), o leite materno é recomendado até os seis meses de vida como alimento exclusivo. Isso previne doenças, como obesidade e diabetes, e diminui o risco de processos alérgicos futuros.
Nem mesmo água, sucos ou chás devem ser consumidos, porque é somente após esse período que o sistema digestivo e de deglutição do bebê estará mais preparado para receber outros alimentos. Além disso, o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo, estará apto para combater infecções após o primeiro ano de vida.
É nítido que a lactação após o primeiro semestre de vida do bebê não supre todas as necessidades do corpo infantil. Um exemplo disso é a possível deficiência de ferro que a criança pode ter após os 6 meses de idade se não tiver uma boa introdução alimentar, o que provoca anemia.
No entanto, vale destacar que, segundo o Guia alimentar para crianças menores de 2 anos, disponibilizado pelo MS, a amamentação deve continuar durante a introdução alimentar.
Conforme esse guia, é preciso introduzir, aos poucos, alimentos nutritivos com consistência espessa, isto é, em forma de papa ou purê. A princípio, não devem ser sólidos (podem causar asfixia) ou líquidos (não incentivam a mastigação).
Com o tempo, inclua alimentos mais sólidos e aumente a quantidade de comida oferecida ao bebê.
=> Saiba mais: Como deve ser a alimentação do seu bebê no primeiro ano de vida!
Quais as melhores comidas para o bebê
A introdução alimentar contribui para o crescimento e para o desenvolvimento das atividades físicas e mentais. Desse modo, é fundamental escolher bem os alimentos durante esse processo. Confira, de modo geral, alguns exemplos a seguir:
- gorduras boas: manteigas orgânicas, azeite de oliva, abacate, iogurte integral e sem sabor;
- raízes e tubérculos: batata-doce, inhame, mandioca, abóbora, cará e batata-inglesa são ótimas fontes de carboidratos;
- proteínas de origem animal: peixes (como salmão e atum) e carnes, com o consumo a partir de 7 meses de idade, além de ovos cozidos;
- grãos: feijão, ervilha, lentilha (deixe-os de molho durante a noite ou por algumas horas antes de cozinhar);
- tofu: alimento proteico à base de soja;
- frutas macias: abacate, pêssego, caqui, banana, manga, melancia, mamão, morango, melão e pera;
- verduras e legumes: brócolis, alface, couve, acelga, chuchu, pepino, vagem, cenoura, beterraba e couve-flor;
- cereais: ofereça ao bebê um grão por vez, como aveia, arroz, milho e cevada, e procure um cereal enriquecido com ferro, pois ele é ótimo para evitar a anemia;
- temperos: aos poucos, insira especiarias, como açafrão, noz-moscada, tomilho e salsa.
Alimentos que podem causar alergia devem ser introduzidos com cautela, como ovos e nozes (amendoim, baru, avelã, castanha de caju, dentre outras).
10 Alimentos que não podem faltar na introdução alimentar do seu bebê
As deficiências de nutrientes e energia durante os estágios iniciais de desenvolvimento podem ter efeitos duradouros, portanto, alimentos ricos com esses dois componentes são alimentos iniciais ideais para bebês.
Assim, as primeiras exposições a alimentos devem atender às altas necessidades nutricionais do bebê, como alimentos ricos em ácidos graxos, vitaminas e minerais essenciais. A seguir veremos alguns desses alimentos indispensáveis.
Nozes, caju e amêndoas
De acordo com a Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia, alimentos potencialmente alergênicos como as nozes são seguros para serem introduzidos a partir dos 6 meses de idade, após a introdução dos primeiros alimentos mais típicos como cereais, frutas e verduras.
Esses alimentos são extremamente nutritivos, visto que apresentam proteínas, vitamina E, potássio, ferro e ácidos graxos benéficos. No entanto, esses alimentos não podem ser dados inteiros, mas você pode fazer uma manteiga deles ou um purê, e misturar a algum outro alimento.
Se você estiver receosa de introduzir esses alimentos, pois apresenta histórico de alergia na sua família, converse com seu pediatra antes de introduzi-los.
Ovo
Os ovos são uma fonte incrível de nutrientes e devem ser ofertados ao seu bebê! Além de serem facilmente digeríveis, eles são ricos em proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas A, D e E, ferro, e ácido fólico. Lembre-se de cozinhar o ovo e depois amassá-lo com um garfo até que fique com uma consistência adequada para ele.
Manteiga, azeite
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, a gordura saturada e o colesterol não devem ser restringidos em crianças menores de dois anos. Esse tipo de alimento além de suprir as necessidade calóricas do seu bebê, ajuda a absorver vitaminas solúveis em gorduras, e tem um papel fundamental no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso.
Por isso, quando for fazer um purê de algum alimento, acrescente uma pequena quantidade de azeite ou manteiga, se possível orgânica, que além de dar um sabor delicioso, vai aumentar a sensação de saciedade do seu bebê.
Peixes de água fria
Os peixes de água fria são uma fonte rica de DHA (ácido docosaexaenoico), um tipo de gordura da família do ômega-3, que desempenha um papel importante no desenvolvimento do cérebro e retina do seu bebê. Alguns exemplos de peixes de água fria incluem salmão, atum e sardinha.
Lembre-se de amassá-los bem após assados ou vaporizados, até ficarem com uma consistência mais pastosa como um purê, e cuide com espinhos.
Lentilhas e feijões
Se você quer uma refeição rica em manganês, zinco, acido fólico, ferro e proteína, introduzir as lentilhas e os feijões, são uma escolha perfeita.
Para retirar um pouco do ácido fítico que pode provocar os famosos gases indesejáveis e com isso dar um pouco de desconforto abdominal para seu bebê, é importante lembrar de deixá-los de molho por algumas horas ou durante à noite, e após escorra a água, enxágue e cozinhe com uma água morna novamente para que fiquem bem macios.
Não esqueça de amassá-los até que fiquem com consistência mais pastosa para oferecer ao seu bebê.
Abacate
O abacate contém gordura insaturada, que beneficia a saúde do coração e do cérebro do seu bebê, além de ser rico em fibras, ácido fólico, vitamina E e com baixo teor de açúcar! Ou seja, perfeito para seu bebê! O nosso costume é sempre introduzir frutas mais “açucaradas” como banana, maçã, uva e pêra, mas o abacate deve ser repensado também como as primeiras opções, além disso tem uma textura cremosa incrível.
Ervas e especiarias
Como devemos evitar o sal ou colocar pouquíssima quantidade para seu bebê, na hora de fazer comidas mais sólidas para ele e prepará-lo para a alimentação da família, é importante e saudável (além de muito mais saboroso) introduzir alguns temperos ou especiarias, ricos em antioxidantes, em pouca quantidade no início, como canela, noz-moscada, cominho, orégano, e salsa. Assim, ele estará pronto para comer a mesma comida que vocês.
Tofu
O tofu está muito presente na alimentação de bebês, cujos pais são veganos, e não é a toa, visto que esse alimento é cheio de proteína, gordura saudável, ferro e cálcio, além de ter um sabor suave. Portanto, esse também é um dos 10 alimentos que não podem faltar na introdução alimentar do seu bebê.
Iogurte natural
O iogurte natural, sem adição de açúcares ou sabores artificiais, são uma fonte importante de gordura e cálcio para seu bebê. Como não tem açúcar o seu sabor pode “amarrar” a boca no início, mas como seu bebê nunca (eu espero) comeu açúcar antes, será mais fácil ele se acostumar com o sabor e realmente se deliciar futuramente.
Carne vermelha
Você já iniciou para seu pequeno as frutas, verduras, legumes e cereais, agora é hora de introduzir novas fontes de ferro e zinco, como as carnes vermelhas, de acordo com a Academia Americana de Pediatria. Uma combinação ideal é a mistura de carne vermelha com uma fonte rica em vitamina C, para melhor absorção do ferro.
Cozinhe a carne até que fique bem macia, e triture ela ou a desfie em pedaços bem pequenos a depender da idade do seu bebê e da alimentação que você já oferece a ele.
Dica: Muito importante introduzir alimentos novos 1 de cada vez e esperar de 3 a 5 dias para a introdução de um novo alimento, e observar possíveis sinais de alergia como urticária, congestão nasal, problemas digestivos, tosse e falta de ar. Qualquer alimento que for introduzir ao seu bebê, que possa vir a causar alergia, converse com o pediatra do seu filho antes para avaliar o melhor momento para a introdução desse alimento.
=> Saiba mais: 7 Alimentos indispensáveis para aumentar a imunidade das crianças
Quais alimentos não devemos dar aos bebês
Alguns alimentos não podem ser consumidos por bebês, tais como:
- mel: muitos órgãos de saúde, como a OMS, não recomendam o consumo de mel nessa faixa etária, pois nele é possível encontrar uma bactéria que gera uma doença chamada “botulismo”, a qual ataca o organismo infantil que é frágil e suscetível à infecção. Em decorrência disso, é possível que a criança tenha complicações neurológicas e, até mesmo, venha ao óbito;
- leite de vaca: não é digerido pelo intestino do bebê;
- alimentos industrializados, refinados e ultraprocessados: açúcar, suco de caixinha, refrigerante, salgadinhos, bolachas e frituras favorecem a obesidade e outras doenças, então prefira alimentos in natura, principalmente até um ano de idade. O ideal seria nem oferecer.
Evite, também, alimentos que podem causar asfixia ou engasgamento, como tomate-cereja, manteiga de amendoim, pipoca e uva, pois são do tamanho da via aérea do bebê.
Como preparar a comida
Após cozinhar os alimentos com pouco sal e gordura, amasse ou desfie cada um e coloque no prato separadamente para que o bebê sinta cada alimento. Isso vai favorecer o nascimento dos dentes.
Ofereça a comida em pequenas quantidades para a criança sentada em um lugar confortável e deixe-a explorar sabores e texturas. Acompanhe esse processo com atenção para evitar o engasgamento.
A água também deve ser incentivada várias vezes ao dia para manter o organismo hidratado.
Com certeza a sua cozinha não ficará limpa o dia todo, então não se estresse com a sujeira e aproveite o momento com a criança.
Ademais, use e abuse da sua criatividade para montar um prato atrativo para o bebê, pois é importante que a relação dele com a comida seja boa desde o início.
Benefícios da introdução alimentar adequada
- crescimento físico e desenvolvimento psicológico infantil;
- envolvimento familiar;
- diminui os riscos de obesidade e outras doenças;
- criação de hábitos saudáveis desde a infância;
- dentre outros.
Dicas finais
- ofereça um cardápio diferenciado, colorido e rico em nutrientes;
- não force a alimentação;
- faça pratos convidativos;
- tenha um espaço acolhedor longe da televisão e de outras distrações para que a criança adquira consciência acerca da alimentação;
- mantenha a higiene dos alimentos, utensílios, mãos e da casa toda para prevenir a intoxicação alimentar e outras infecções;
- permita que a criança tenha um estilo de vida saudável;
- deixe o bebê explorar o mundo ao seu redor e fique de olho para que ele não leve à boca algum objeto ou alimento inadequado.
Concluindo…
O cultivo de novos hábitos alimentares deve ser feito com consciência e por você! Portanto, nada melhor do que procurar a ajuda de um pediatra para que ele auxilie no processo de introdução alimentar.
No entanto, cabe apontar que essa novidade não retira a pertinência da amamentação (ou da formulação de leite), pois ela é o melhor alimento no primeiro ano de vida da criança.
Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre a alimentação para bebês? Leia o material disponibilizado pelo Ministério da Saúde e acompanhe o nosso blog para descomplicar o mundo da maternidade.
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